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Foto do escritorWill Sants

PrEP e AIDS no Brasil



Segundo teorias, a transmissão da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) - causada pelo vírus do HIV - surgiu em meados de 1930, desde então o mundo convive com uma chuva de informações a respeito. É investido muito tempo e dinheiro em estudos a fim de descobrir uma cura definitiva. Enquanto isso não acontece, garantimos a prevenção com o uso das camisinhas e algumas tecnologias que reduzem as chances de contágio, como é o caso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).


A AIDS é caracterizada pelo enfraquecimento do sistema imunológico, o que abre espaço para que outras doenças apareçam. A transmissão do vírus acontece através de relações sexuais desprotegidas com pessoas soropositivas (quem já tem o vírus do HIV que foi transmitido pelo compartilhamento de objetos contaminados - como alicates, agulha, entre outros -, de mães soropositivas, sem tratamento para o filho ou filha durante a gestação, parto ou amamentação). Ou seja, com a infecção do vírus causador da AIDS, o nosso sistema imunológico começa a ser atacado.


Seus sintomas são difíceis de serem identificados, por isso a melhor recomendação sempre será a da testagem, que pode ser feita em uma clínica ou centro de testagem e aconselhamento do HIV. Algumas pessoas recebem os primeiros sintomas nas primeiras semanas após a infecção pelo vírus, eles são muito parecidos com os da gripe e podem desaparecer espontaneamente. E o fato dos sintomas terem sumido não quer dizer que o vírus tenha sido eliminado, pois o mesmo pode ficar “adormecido” por anos em nosso organismo. Outro ponto complicado é que algumas pessoas podem ficar até 10 anos sem sintoma algum, mas tendo o vírus se multiplicando silenciosamente e afetando o funcionamento do nosso sistema imune. O ideal é que o HIV seja diagnosticado em sua fase inicial, antes de desenvolver a AIDS, por conta da baixa concentração no organismo, o que torna mais fácil o controle de seu desenvolvimento com medicamentos.



Sintomas da AIDS:


  • Febre alta constante;

  • Suores noturnos frequentes;

  • Manchas vermelhas na pele, chamadas de Sarcoma de Kaposi;

  • Dificuldade de respirar;

  • Tosse persistente;

  • Manchas brancas na língua e boca;

  • Feridas na região genital;

  • Perda de peso;

  • Problemas de memória;

  • Infecções (amigdalite, candidíase, pneumonia…)



O tratamento da AIDS é feito com um coquetel de medicamentos que são oferecidos gratuitamente pelo governo. Eles combatem o vírus e ajudam a fortalecer, em quantidade e qualidade, as células de defesa do nosso sistema imune. O uso do preservativo é um importante ajudante no combate à disseminação do vírus, sendo essencial também nas relações com parceires já infectades com o vírus da AIDS. Durante anos, a sua prevenção esteve restrita aos preservativos, mas recentemente, com o surgimento de diferentes abordagens que consideram pontos de vista biomédicos, comportamentais e socioculturais, foi levantada a questão de que as estratégias de prevenção sejam utilizadas de forma combinada. Segundo especialistas, uma estratégia de prevenção se torna mais eficaz quando adotada de acordo com as características individuais.



Estratégias de prevenção:


  • Uso de preservativos;

  • Testagem regular;

  • Prevenção da transmissão vertical (da mãe para o bebê durante a gestação);

  • Diagnóstico e tratamento precoce de infecções;

  • Imunização para HPV e Hepatite B;



E por fim, a queridinha do momento: profilaxia pré-exposição (PrEP).


Se trata da utilização diária de dois medicamentos (tenofovir e entricitabina), que trazem composição parecida com as dos medicamentos usados no tratamento do vírus e reduz em mais de 90% as chances de infecção quando somos expostos ao HIV. Ela é oferecida gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e seu medicamento pode ser comprado em rede privada, pelo nome Truvada, somente com prescrição médica.

O PrEP teve seu projeto iniciado no Brasil em 2014 e acompanhou cerca de 450 voluntários durante um ano. Um super ponto positivo é que a retirada de seus medicamentos é condicionada a consultas regulares. A cada três meses devem ser realizados exames de acompanhamento que verificam a reação aos medicamentos, assim como testes para HIV, hepatites B e C, e sífilis.


O Ministério Público coloca um grupo específico como prioritário no tratamento que é formado por gays e outros homens que fazem sexo com homens (eles chamam assim os bissexuais e homens que não se identificam como gays), pessoas trans, trabalhadores do sexo e casais sorodiferentes. Mas vale ressaltar que todes precisam se atentar ao tratamento, até hoje temos pessoas que deixam de usar camisinha com frequência, as que tem relações sexuais sem preservativo com pessoas com HIV e que não estão em tratamento, as que apresentam ISTs com frequência, entre outros casos que tanto sabemos e falamos.


E atenção:


  • Ao adotarmos o PrEP, nos acostumamos ao acesso a diagnósticos mais precoces, por ter que fazer pelo menos 3 testes de HIV por ano;

  • Existem pessoas que não se adaptam ao tratamento ou que não tem o devido acompanhamento profissional;

  • Vamos entender e respeitar a individualidade de cada pessoa e de suas necessidades;

  • A Unitaid, agência global de saúde ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), vai financiar a implantação da Profilaxia Pré-Disposição injetável no Brasil. Ela é considerada a mais recente inovação para a prevenção do vírus e se mostrou mais eficaz que a oral diária na redução dos riscos de infecção;

  • Existe um recurso emergencial para quem foi exposto/a à infecção, Profilaxia Pós-Exposição (PEP);

  • Entre os efeitos colaterais estão: dor de cabeça, dor de estômago, perda de apetite, náuseas, flatulência, vômitos, tonturas, fadiga, dor nas costas e aumento leve de transaminases (enzimas presentes no fígado). Não foram observados outros efeitos adversos graves;




Então, o que não falta é lugar pra gente poder se informar mais a respeito do PrEP e espalhar a notícia por aí, além de cobrar do Governo por mais agilidade nesse processo para que mais pessoas consigam ter acesso ao tratamento e, se possível, gratuito como vem sendo.





Referências:

Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/prevencao-combinada/profilaxia-pre-exposicao-prep#:~:text=O%20que%20%C3%A9%20PrEP%20HIV,de%20risco%20para%20o%20HIV.> Acesso em 01 Abr 2022


PrEP e PEP: como funciona a prevenção combinada no combate ao HIV. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/saude/prep-e-pep-como-funciona-a-prevencao-combinada-no-combate-ao-hiv/> Acesso em 04 Abr 2022


Borges, Vinícius Twitter: @DoutorMaravilha Disponível em: <https://twitter.com/DoutorMaravilha/status/1510984257149227010> Acesso em 05 Abr 2022


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