Completando em março um ano de pandemia, presenciamos o momento mais aguardado: a chegada da vacina. Quando pensamos nela, nos concentramos apenas no ato de vacinar, mas qual é a burocracia por trás de todo esse processo para uma vacina chegar até a população?
Para começar, precisa-se entender que não se resume somente à compra dela, mas outros fatores também estão em questão, como: as condições de armazenamento, sendo o tipo de frasco a ser usado para comportar o produto; os refrigeradores de alta potência, pois as vacinas precisam ser mantidas entre – 80°C e – 70°C; luvas, agulhas e seringas descartáveis; Também, deve-se acrescentar o transporte, levando em conta que as vacinas compradas para serem aplicadas no Brasil vêm de outros países. No mesmo âmbito sobre o custo com transportes, nem todos os lugares são acessíveis, então para a vacina chegar até as tribos indígenas e quilombolas, o qual alguns desses lugares só podem ser alcançados por helicópteros ou aviões de pequeno porte, o uso deles é imprescindível. Também há o custo com o combustível.
Com relação aos custos e ajudas recebidas:
Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos), em 2020, disse ao jornal Folha de S.Paulo que o Brasil precisaria de 300 milhões de seringas, no mínimo, para o começo da vacinação, pois, segundo ele, produzir 50 milhões de seringas, até aquele momento, levava cerca de cinco meses.
Em dezembro de 2020, o Ministério da Saúde fechou um acordo com a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), informando que o transporte de insumos e vacinas contra a Covid-19 seria feito de forma gratuita e sem custos para o Governo, através das companhias aéreas Gol, Latam, Azul e Voepass.
Em janeiro de 2021, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou alterações na Resolução n°600, tornando possível o transporte das vacinas refrigeradas em gelo seco, através das companhias aéreas.
Em fevereiro de 2021, a empresa Ambev e o Ministério da Saúde iniciaram uma parceria, para transporte seguro de mais de 3 milhões de doses de vacinas. Isso seria possível, após terem sido doadas pela empresa 5 mil caixas térmicas, que deveriam ter sido utilizadas por ambulantes no carnaval.
Segundo a Agência Brasil, em fevereiro de 2021, o Ministério da Saúde informou ter comprado mais 54 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, além das 46 milhões de doses já contratadas. O intuito é distribuir aos estados 100 milhões de vacinas até setembro. Por outro lado, segundo o jornal Folha de S.Paulo, o governo brasileiro havia rejeitado 70 milhões de doses da vacina, no ano passado, uma proposta da farmacêutica Pfizer. As 70 milhões de doses seriam distribuídas até dezembro de 2021, sendo 3 milhões até fevereiro.
O Ministério da Saúde afirmou que já estão garantidas 354 milhões de doses de vacinas para 2021, gerando um custo que chega a R$9,3 bilhões.
Até o dia 07/03/2021, de acordo com o Consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, 8.220.820 é o total de vacinados que receberam a primeira dose, equivalente a 3,88% da população brasileira. Já o total de vacinados que receberam a segunda dose são 2.718.147, que correspondem a 1,28% da população brasileira.
Sobre o Plano de Vacinação:
Distrito Federal: A primeira fase do cronograma engloba atender a população idosa a partir dos 75 anos de idade, trabalhadores da saúde e pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência. A segunda fase será composta por pessoas entre 60 e 74 anos. Na terceira fase, serão vacinadas pessoas com comorbidades.
São Paulo: A primeira etapa engloba pessoas com mais de 60 anos ou mais, que residem em instituições de longa permanência (institucionalizadas); pessoas com 18 anos ou mais com deficiências, que vivem em residências inclusivas (institucionalizadas); população indígena vivendo terras indígenas; quilombolas; idosos com 77 anos ou mais); profissionais da saúde com 55 anos ou mais; pessoas em situação de rua com mais de 60 anos; profissionais sepultadores, veloristas, cremadores e condutores de veículos do cemitérios públicos e privados do município de São Paulo; trabalhadores dos serviços públicos: CDI; SEAS; Centros de Acolhida Adulto e POP RUA. Sobre as próximas fases, não foram encontradas no site do Governo de São Paulo.
Rio de Janeiro: Na primeira fase estão incluídos profissionais de Saúde da linha de frente; profissionais da Saúde envolvidos na campanha de vacinação; trabalhadores de instituições de longa permanência; pessoas com deficiência a partir de 18 anos moradoras de abrigos ou residências inclusivas; população indígena que vive em terra indígena. Na segunda fase serão vacinadas pessoas entre 60 e 74 anos. A terceira fase vacinará pessoas com comorbidades. Já a quarta fase oferecerá vacina para trabalhadores da educação; profissionais das forças de segurança; população em situação de rua; funcionários do sistema prisional; presidiários; pessoas com deficiência; trabalhadores de serviços essenciais.
Outros Estados seguem com planos de vacinação semelhantes aos apresentados acima. Até o dia 07/03/2021, o Amazonas já havia vacinado 7,06% da população. Bahia já tem 3,64% de vacinados, e Mato Grosso do Sul possui 4,68% da população vacinada.
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