top of page
Foto do escritorSawara Brasil

Sexualização de roupas esportivas

Atualizado: 6 de jun. de 2022



Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais logo no início das Olimpíadas de Tóquio 2020 surgiu depois das mulheres da seleção feminina de handebol de praia da Noruega comparecerem ao torneio vestindo um top e um short como uniforme, diferentemente do que diz o regulamento que especifica o uso de biquíni como uniforme padrão.


Foto: Reprodução - Twitter



O caso foi considerado pela Comissão de Disciplina da Associação Europeia de Handebol

como violação do regulamento estabelecido à modalidade, a ponto da comissão multar cada uma das atletas a pagar 150 euros pela violação cometida.


Esse momento traz como pauta a diferenciação entre uniformes femininos e masculinos esportivos, uma vez que a vestimenta feminina é elaborada para deixar a mostra a maior parte do corpo das atletas, sexualizando-os , diferente das vestimentas masculinas, que optam pelo conforto.


Além desse exemplo, podemos pensar em modalidades diferentes como ginástica artística e nado sincronizado que, nas equipes femininas, as atletas aparecem utilizando majoritariamente maquiagem e adereços coloridos, o que não diferencia em seu desempenho na modalidade, mas tenta reforçar a feminilidade nos movimentos e apresentações.


Mas por que isso acontece?


Em 1978, nos Estados Unidos, uma professora de Educação física e fisioterapia chamada Emily Wughalter criou uma teoria intitulada “the female apologetic”, ou “o pedido de desculpas feminino”, em tradução livre.


Foto: Emily Wughalter, por Robert C. Bain


Durante anos, e ainda hoje, mulheres esportistas são vistas como masculinizadas ou mulheres não femininas por terem um desenvolvimento muscular , e atitudes, normalmente categorizadas como “masculinas”.


Com base nisso, a teoria de Emily Wughalter afirma que o uso de maquiagem, adereços coloridos e modelo de uniforme sexualizados para atletas é uma tentativa de feminilizar os corpos das mulheres esportistas.


É como se elas estivessem “pedindo desculpas” por serem fortes, rápidas e ágeis, como os homens, ao ocupar uma função masculina, os esportes. Assim, ao se apresentar com uma visual mais feminino elas voltam ao lugar pertencente às mulheres.


Mudanças


Agora é mais um momento oportuno para se repensar as regras que norteiam as diferenciações de corpos em toda a sociedade e, no caso, dentro dos esportes, visto que é mais uma forma de reforçar estereótipos e perpetuar com as desigualdades de gênero.




Referências:


https://exame.com/mundo/jogadoras-da-noruega-sao-multadas-por-nao-aceitar-uniforme-biquini/


Comments


bottom of page