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Foto do escritorBeatriz Chaves

Religiões afro-brasileiras

Atualizado: 1 de jun. de 2022

Primeiro que fique claro que é impossível falar de religiões afro-brasileiras em forma tão resumida ou reduzi-las a uma sequência de post. Deixar claro também que além de pesquisar sobre, foi procurado informações de membros das religiões para compartilhar um conhecimento com pessoas que tem propriedade no assunto. Lembrando que veremos em uma visão mais política e explicar algumas questões.



O marco da liberdade religiosa (no âmbito jurídico) foi a constituição de 1891 onde o Brasil foi titulado como um Estado laico pela primeira vez, ou seja, não tendo uma religião oficial além de ser considerado um país pluralista onde entende-se a presença de diversas práticas religiosas dentro do território nacional. Na constituição de 1988 foi assegurado o tratamento igualitário para todas as religiões permitindo que as pessoas as escolham livremente, além da liberdade religiosa ser assegurada como cláusula pétrea.



Isso quer dizer que só pode ser mudado se outra constituição for feita. A intolerância com religiões afro-brasileiras não surge do nada, é fruto do racismo, que explica por exemplo como essas religiões são vistas hoje e como eram praticadas antigamente. Essas religiões tem que ser consideradas como tais e não como seitas reduzindo a importância de classificar as pessoas que pratica.



Precisamos entender que o conhecimento escrito é algo ocidental, os ensinamentos passados entre os africanos era de forma oral (uma particularidade maior do Candomblé), por isso dentro da religião também passada para cada membro todo conhecimento de forma oral e devido a isso é importante ouvir um membro da religião para entender e compreender que cada uma delas tem sua particularidade. Conhecê-las é entender a história de luta e resistência do povo negro.




Os africanos escravizados eram impedidos de todas as formas manifestar suas crenças e hábitos culturais não sendo diferente com as práticas religiosas impedidos de realizar seus cultos e rituais ainda obrigados a se converter ao catolicismo. Isto explica muita coisa nos dias de hoje como por exemplo a semelhança de alguns orixás com alguns santos católicos. É conhecida como as principais vertentes das religiões afro-brasileiras: Umbanda, Candomblé, Quimbanda.


Na Umbanda principalmente (o candomblé em menor escala) viu como alternativa de driblar a discriminação para ser aceita, africanizar o cristianismo. A Quimbanda surge como manifestação contrária ao embranquecimento na Umbanda, caracterizado pela manutenção do sincretismo religioso e pelo discurso judaico-cristão kardecista.



Não podemos colocar os africanos como um povo e sim vários povos com diversas culturas, por ser um continente cada região tem suas particularidades e características. Quando entendemos de qual região vem determinado povo escravizado é perceptível a compreensão de qual religião praticam e entender suas crenças. Precisa ficar claro também que muita das vezes pessoas de diferentes regiões eram colocados juntas.



A Umbanda quer dizer “a arte de curar”, surgiu em 1908 no Rio de Janeiro fundado por Zélio Fernandino de Moraes. A Umbanda mistura elementos do Candomblé, do espiritismo, catolicismo e ainda conceitos do Kardecismo além de ter Jesus como referência espiritual. As cerimônias são conduzidas por uma mãe de santo ou pai de santo e são responsáveis por ensinar a doutrinar os segredos da Umbanda aos seus discípulos além de conduzir a casa. Na Umbanda não são realizadas os rituais de sacrifício de animais e por isso talvez seja “melhor” aceita pela população branca e urbana.



O Candomblé significa “dança com atabaques”, já existia na África e veio ao Brasil na época da escravidão, por conta da proibição de práticas religiosas que não fosse o catolicismo os escravos usavam imagens de santos católicos. Os rituais de sacrifícios de animais (que são tão polêmicos para o público leigo)são em cerimônias específicas de forma que o animal não sinta dor e tudo é consumido também (nada é desperdiçado). Uma característica muito forte na religião é a rigorosidade e a hierarquia forte. Cada Orixá representa uma força ou personificação da natureza e também representa um povo ou uma nação.



A Quimbanda antes de se tornar uma religião própria ela existia dentro da tradição religiosa de Macumba, um termo pejorativo considerado pela classe branca de algo primitivo, demoníaco e supersticiosa da magia negra. Devido a mistura da cultura africana e a nativa brasileira macumba transformou-se em duas religiões: Umbanda com aspectos ‘clareados’ da Macumba pela presença forte de valores espirituais e hierárquicos de francês espiritismo e catolicismo; e a Quimbanda representando aspectos da Macumba que foi rejeitado no processo de clareamento, ela vem rejeitando toda a penetração de influência europeia dentro da religião.



As práticas da Quimbanda é associada com magias, rituais de Exus e espíritos de pombagiras. Há um conjunto uma categoria de espíritos chamados coletivamente de Exu que foi emprestado da divindade Exu. Exu referidos como “espíritos de esquerda” são eles mais semelhante ao ser humano em suas qualidade e compartilhar suas fraquezas onde lidam principalmente com assuntos humanos e matérias enquanto a Umbanda referindo a “espíritos direito” lidam com questões principalmente espirituais.

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