Todo mês de junho é comemorado o orgulho LGBTQ+, mas por que em junho?
É comemorado no mês de junho pois em 1969 aconteceu uma série de manifestações dos membros da comunidade LGBT. Isso porque eles foram contra uma invasão dos polícias de Nova York, em um bar chamado Stornewall Inn; não só por isso, mas os membros da comunidade sofriam uma série de ataques e não tinham seus direitos civis reconhecidos. Essas manifestações são consideradas as mais importantes para o movimento LGBT, e a luta pelos seus direitos no país e no mundo.
A homossexualidade não era um problema para muitos povos, mas como a sociedade brasileira vive em um mundo predominantemente ocidental, estes são influenciados constantemente pela cultura, sendo esta, uma cópia frequente de modelos políticos dos países europeus.
As primeiras “leis anti-homossexual" nos países ocidentais foram publicadas em 1533 pelo o Buggery Act (Inglaterra) e o Código Penal de Portugal e consequentemente foram impostas para as colônias. Hoje em dia, 70 países apresentam a homossexualidade como um crime, tendo 7 prevendo pena de morte para o ato. Recentemente no Brasil, foi aprovado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a criminalização da homofobia e transfobia, mas a grande questão é que não há uma lei específica, pois, entra dentro do crime de racismo até o Congresso organizar uma lei específica para tal crime.
O nazismo é um forte exemplo da brutalidade e ignorância da homofobia institucional, quando os homossexuais eram levados para os campos de concentração, a homofobia era tratada até pouco tempo como uma doença mental com formas de tortura para ser “curada”, teoria a qual ainda é usada como algum tipo de explicação para a homossexualidade.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos aponta em um de seus Artigo que: “Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.”
Porém, violência social em torno da comunidade LGBTQIA+ no Brasil, mostra que a cada 20h um(a) LGBT morre no Brasil (Dados de: GGB, Grupo Gay da Bahia). Tendo inúmeros casos conhecidos, como o linchamento de Dandara dos Santos, mulher transsexual que fora assassinada a tiros, após ter sido espancada e humilhada em Bom Jardim, Fortaleza. Ou o caso de Luana Barbosa dos Reis, mulher negra, lésbica, que fora assassinada por policiais por recusar ser revistada; após negar, Luana fora espancada e morta.
Não são só esses casos, são inúmeros, e tal ódio afeta a todos os membros da comunidade, mostrando que, mesmo com o Artigo V da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mesmo com avanços, a tortura prossegue. Prossegue atacando os mais vulneráveis, os que não tem voz para sociedade heteronormativa e branca que possui mais poder no cenário brasileiro.
A vivência de um LGBTQIA+ tende ser ouvida, entendida, e erguida como exemplo para a educação de uma sociedade homofóbica. O mal do ódio e da homofobia está no cerne da sociedade brasileira, custando vidas como as de Dandara, Luana, Marielle, Demétrio e muitas outras vidas, e essa constante deve urgentemente parar, ter fim para que o amor consiga respirar sem medo.
Querido leitor, pedimos para que pense no assunto, para que exalte figuras que não tem voz na sociedade, pois pode ser que após 20h da leitura desse texto mais uma vida LGBTQIA+ possa ser injustamente tirada, este ou esta pode ser um escritor, um sociólogo e ativista como Marielle, ou até um artista que você ainda não teve o prazer de conhecer o trabalho. Faça com que essas vozes ecoem durante a vida, não apenas na morte.
A LGBTfobia não começa apenas nos ataques físicos, ela está na humilhação, na agressão verbal, na violência psicológica, no ferimento da integridade moral deste indivíduo que merece respeito, afeto e acolhimento.
Se orgulhe de quem é, fique firme, sua luta tem força.
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