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Foto do escritorAdriane Pinheiro

O doomscrolling e a hiper-informação



Atribui-se ao momento informacional que estamos vivendo o nome de “Quarta Revolução Industrial”, caracterizado pela velocidade e agilidade no tráfego de informações. Qualquer pessoa que possua um smartphone, e tenha conexão com a internet (Wi-Fi ou 4G), pode aprender o básico de espanhol ou opinar sobre a guerra na Ucrânia.


Essa facilidade de acesso ao conhecimento tem seus prós e contras, o maior benefício de todos é o conhecimento atualizado em mãos sem a necessidade de transporte de papel e o contra é a rápida atualização e circulação de informação. Esse traço possui um perigo constante, a distribuição de notícias falsas (Fake News), a hiper-informação recebida sem escolha não nos proporciona a possibilidade do filtro de informações, o que acaba viabilizando o compartilhamento de Fake News.


Durante o período mais crítico da pandemia do COVID-19, a canadense repórter Karen Ho lembrava seus seguidores do Twitter de parar de rolar a tela e irem beber água ou tomar sol, o que acabou por viralizar o termo “doomscrolling”, em tradução livre significa “rolagem da desgraça". Doomscrolling nada mais é que o vício em consumir notícias ruins nas redes sociais, proporcionado pelo patamar informacional alcançado no século 21, as informações chegam sem filtro em segundos ao usuário que rola a tela em sua rede social, e na busca por não perder nem uma informação procura por ela e acaba por a receber mais através dos algoritmos que propagam a informação sem filtro de veracidade.


Um exemplo chulo de doomscrolling (vício em notícias ruins), foi o que ocorreu no final de abril deste ano. Através do twitter um influencer estadunidense “vazou” a informação que a cantora e empresária Rihanna havia sido traída por seu companheiro, durante sua gestação, e que agora seu relacionamento havia terminado. Em 10 minutos, as redes sociais mundiais estavam inundadas com essa informação, e uma nova publicação em outro portal de notícias surgia, e as pessoas davam opiniões sobre e buscavam um posicionamento da artista. Passadas 24 horas da explosão, o mesmo influencer veio a público se retratar declarando que divulgou uma informação falsa, assim como a moça que foi acusada de participar da traição.


A questão é como escapar do doomscrolling e da hiper-informação, que podem ativar gatilhos de ansiedade e pânico, a resposta é relativamente simples porém de difícil execução. É preciso se desconectar por um tempo das redes, na sociedade contemporânea desconectar é perder alguma parte muito preciosa do que está acontecendo no planeta, porém esse processo é necessário para viver no mundo real, fora do metaverso. Então o que a equipe do Politiquei recomenda, é evitar se conectar assim que levantar e praticar a atenção plena em suas tarefas para escapar do doomscrolling, e sempre que for procurar ou até mesmo compartilhar uma notícia busque em portais confiáveis, que sinalizam quem escreveu e quais são suas fontes.


Para saber mais:

Para saber mais sobre hiper-informação e como nossa relação com a informação mudou nas últimas décadas, a autora recomenda o artigo “Hiperinformação na era digital: validação das informações sobre saúde''de Mariangela Maia Rebelo, publicado em 2020.


Dica do Texto:

A rede Globo possui um site de conferência de notícias de simples é o Fato ou Fake, (https://g1.globo.com/fato-ou-fake/ ) lá uma equipe investiga vídeos, imagens e notícias que circularam pelas redes sociais.




Referências:


EQUIPE ECYCLE. Doomscrolling: o impacto da hiperinformação. [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/doomscrolling/. Acesso em: 7 abr. 2022.


LUSA, . "Doomscrolling." Absorção de notícias negativas é "um comportamento novo e único". [S. l.], 11 jan. 2022. Disponível em: https://www.tsf.pt/mundo/doomscrolling-absorcao-de-noticias-negativas-e-um-comportamento-novo-e-unico-14479221.html. Acesso em: 7 abr. 2022.


REBELO MAIA, Mariangela; DE ALMEIDA BIOLCHINI, Jorge Calmon. Hiperinformação na era digital: validação das informações sobre saúde. [S. l.], 30 jun. 2020. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/pbcib/article/view/52986#:~:text=O%20objetivo%20nesta%20pesquisa%20%C3%A9,veracidade%20daquilo%20que%20%C3%A9%20informado. Acesso em: 6 abr. 2022.


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