Canudos foi uma comunidade situada no interior do estado da Bahia às margens do rio Vaza-Barris. Seu principal líder era Antônio Vicente Mendes Maciel apelidado de Antônio Conselheiro, através dele muitas pessoas foram atraídas para comunidade pelo seu discurso contra as opressões e injustiça impostas pelo governo de acordo com os valores religiosos, sendo mais específico aos valores cristãos. Nesta época, 1893 quando a comunidade inicia seu crescimento, era recente a abolição da escravidão e o início da república no Brasil, o que favoreceu abraçar as falas de Antônio por conta de um cenário tão precário o qual as pessoas viviam. Além disso, a região era marcada por latifúndios introduzidos e secas cíclicas. Devido a isso, uma grave crise econômica foi instaurada juntamente com uma crise social. Com a crença de uma salvação milagrosa aos humildes habitantes do sertão, milhares de sertanejos migraram para a comunidade.
Sobre Antônio Conselheiro:
Antônio Conselheiro cujo nome era Antônio Vicente Mendes Maciel, nasceu na cidade de Quixeramobim (CE) em 13 de março de 1830. Antes de ser líder de Canudos já fora comerciante, professor e advogado. Casou-se com uma prima, mas ela o abandonou, devido a isso Antônio começou a vagar pelo sertão. Depois se envolveu com uma mulher chamada Joana Imaginária e os dois tiveram um filho, porém ele abandonou a mulher e o filho voltando a vagar pelo sertão. Ele iniciou uma pregação religiosa defendendo um cristianismo primitivo, buscando resolver os problemas passados pelas pessoas daquela época de acordo com os valores religiosos cristãos, assim atraindo muitas pessoas que se identificavam com suas falas. Antônio era uma ameaça às autoridades pelo seu movimento e sua pregação, foi então que ele foi preso em 1876 alegando ter matado sua mãe e sua mulher. Após ser solto, seu destino foi o interior da Bahia, seus seguidores aumentaram e a sua pregação de ideias contrárias à ordem vigente, acreditando que a república era a materialização do anticristo, continuaram. Nesta mesma época Antônio fundou uma comunidade chamada Belo Monte a qual não se rendia às ordens dos representantes do poder na época, que inclusive a comunidade foi nomeada de Canudos pelos opositores a ela.
Com o crescimento de uma comunidade que não aderiu aos poderes da república, pois se estima cerca de 25 mil habitantes que residiam em Canudos, foi instaurado um incômodo. Sua imagem diante das autoridades piorou quando moradores da comunidade queimaram documentos oficiais em um ato de rebeldia pelos impostos altíssimos e sendo cobrados de maneira violenta. Canudos incomodava não só as autoridades, mas os fazendeiros ao redor e de regiões vizinhas também. Rumores foram circulando e cada vez mais justificativas foram colocadas para legitimar a ida do exército para Canudos e acabar com a comunidade. Um desses rumores foi de que a comunidade estava se armando e preparando para atacar as cidades vizinhas e impor assim a monarquia novamente. Depois da pressão da elite brasileira e da imprensa, foi autorizado pelo então presidente da época Prudentes de Morais.
Foram preciso quatro tentativas, tendo sucesso somente na última, para que o exército conseguisse de fato acabar com a comunidade, o que literalmente aconteceu, houve um massacre aos sertanejos com milhares de mortos e também com mortos aos soldados do exército. Esse conflito mobilizou 12 mil soldados e 17 estados brasileiros, ficando conhecido como Guerra dos Canudos, Revolução dos Canudos ou Insurreição dos Canudos entre o período de 1896 a 1897. Esse episódio ficou marcado como o maior símbolo de ameaça ao poder recém instaurado no Brasil: a República.
Referências
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