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Foto do escritorBeatriz Chaves e Maria Clara de Oliveira

Consequências da indústria pornográfica

Atualizado: 1 de jun. de 2022

Devido a quarentena, o número de usuários em sites pornôs aumentou quase que dobrando os acessos. Segundo a assessoria do Sexy Hot, principal site pornográfico no Brasil, houve um aumento de 25% no seu acesso. Pornhub, o principal site pornográfico no mundo, teve um aumento de 11,6% em 17 de março em comparação com a média de fevereiro. Há motivos o suficientes para entrarmos nesse assunto, mas antes de entrarmos na problemática e nas grandes consequências negativas e desumana desta indústria, é importante apresentar dados do crescimento de acesso nesses sites, para entender o grande problema que gira em torno dessa indústria onde a moeda de troca são os corpos femininos, tratados como produtos em exposição.



Por ser um projeto que visa ampliar o olhar de todos, e mostrar que a política está presente em todas as áreas, sem exceção, vamos seguir o conteúdo com uma crítica política principalmente na ausência do Estado e a falta de medidas para criminalização e punição de tais práticas.



A primeira problemática que precisamos relatar é o tráfico sexual, segundo o estudo divulgado pela “Treasures”, estima-se que no ranking mundial o tráfico sexual está em 2º lugar de mais lucrativos, movimentando mais de 100 bilhões por ano ultrapassando o de drogas abaixo apenas do tráfico de armas. Apresentando estes dados precisamos entender então o que é tráfico sexual resumidamente, este tráfico é um tipo de tráfico humano, ou seja, pessoas são comercializadas como mercadorias com fins lucrativos.

Estamos falando de uma indústria sem nenhum tipo de regulamentação ou fiscalização e que ainda alimenta outras indústrias. Por movimentar bilhões por ano estamos falando de pessoas poderosas (economicamente), com casos muita das vezes de poderes ou contatos políticos.


Sendo mulheres o maior alvo da atividade, surgem questões para mascarar tal fato como assimilar a pornografia ao empoderamento do corpo feminino, mas dados apontam o contrário mostrando o problema ser mais complexo. Cerca de 90% das mulheres da indústria do sexo foram abusadas na infância; aproximadamente 1,4 milhões dessas mulheres são escravas sexuais no mundo; e o stress pós traumático que a indústria sexual causa nessas mulheres se equivalente ao de veteranos de guerra dos Estados Unidos. Com isso, a estimativa média de vida de uma estrela pornô é de 36 anos de acordo com a instituição humanitária da ex-atriz americana Shelley Lubben.



O que acontece é que muita das vezes as pessoas associam o tráfico sexual somente a imagem de mulheres presas, acorrentadas e impedidas do seu direito de ir e vir. Não que isso não aconteça, porém, essas mulheres são escravizadas de outras formas, como por exemplo: taxas absurdas para as agências, a violência verbal, o uso indevido de substâncias químicas (dopando esta mulher para o abuso sexual sem seu consentimento ou seja, estupro). Pela grande demanda e a grande alimentação da fantasia sexual, muitas das vezes, tais mulheres ficam com seu perfil manchado na sociedade, levando elas a procurar “bicos” no ramo em situações ainda mais constrangedoras.

Essa realidade soma-se a outra problemática, a prostituição. Falar desta se torna mais difícil, pois, o mercado cinematográfico cria uma falsa barreira entre realidades, fazendo parecer com que o abuso e crimes violentos não estão acontecendo com essas mulheres. Já a prostituição apresenta fisicamente e sentida na pele toda essa realidade. Nos dois casos corpos femininos são taxados com preços; etiquetados por uma sociedade patriarcal que toma como direito a objetificação de mulheres para prazer próprio. Tal prazer que resulta em violência, doença, humilhação, problemas psicológicos e até ao óbito.


Cada um como indivíduo em sociedade deve entender a gravidade dessa realidade, e principalmente o modo que ela permeia a vida pessoal de cada um. Financiar e dar voz à essa indústria com argumento de que as mulheres que estão sendo filmadas, ou vendendo seu corpo em situações de risco pelo simples fato de quererem fazer, é fechar os olhos para todo o problema. A pornografia e a prostituição não são formas de empoderamento feminino, pois empoderamento não abusa, não mata e não traz sequelas para quem a possui. Essa realidade como já datado no texto, fora criada para saciar prazeres alheios aos femininos,e fechar os olhos para tal objetificação, é fechar os olhos para os crimes que a permeia.



Referências:


Indicações para a extensão do diálogo:


  • um breve texto sobre pornografia - Quadro em Branco:

  • Como a pornografia alimenta o tráfico sexual:


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