O que significa COVID-19?
Em Dezembro de 2019, quando a China divulgou informações sobre os primeiros casos de uma nova doença causada por um novo tipo de Coronavírus, o SARS-Cov-2, ninguém imaginou que a COVID 19 se espalharia em tão pouco tempo a nível global. O nome COVID significa Corona Virus Disease, ou em português, doença do Coronavírus. Por outro lado, o 19 se refere ao ano de 2019, quando os primeiros casos da doença, até então desconhecida, vieram a público.
Uma retrospectiva do mundo em pandemia:
Foi no dia 11 de Março de 2020 que a Organização Mundial da saúde (OMS) decretou que o surto de casos da COVID-19 por todo o mundo, na verdade, havia se tornado uma pandemia.Fontes relacionadas a ciência questionam a hipótese de que a Covid tenha surgido em um mercado de frutos-do-mar e animais exóticos em WuHan.Até hoje, cientistas não conseguem definir a origem da COVID-19. Contudo, os primeiros casos da doença causada pelo SARS-Cov-19, ocorreram em Wu Han na província de Hubei na China. Acredita-se, hoje, que o vírus já estivesse circulando desde antes de Dezembro de 2019, inclusive em outras províncias da China, e outros países.
O primeiro caso de Covid 19 foi identificado no Brasil em fevereiro de 2019. Um homem em São Paulo, que havia retornado de uma viagem da Itália há pouco tempo, estava com a doença. Enquanto os índices de contágio e morte na China diminuíram devido a restrições e medidas de isolamento social rigorosas impostas pelo governo chinês. Por outro lado, a Itália sofreu uma profunda crise sanitária. Hospitais do norte estavam lotados, médicos precisavam escolher quais pacientes tinham mais chances de sobreviver a fim de que recebessem respiradores. Outros países afetados pela crise, mas em menor grau foram: Irã, França, Inglaterra, Espanha e Reino Unido.
Enquanto no Brasil, Henrique Mandetta, até então, ministro da saúde foi demitido por defender medidas de isolamento com base em evidências científicas, discordando do presidente Jair Bolsonaro. Além disso, Manaus é uma das cidades mais afetadas pela COVID 19 em termos proporcionais, tendo que abrir valas coletivas para o enterro de vítimas que não conseguiram vagas em leitos em hospitais. Por meio de dados de empresas de telefonia móvel, foi observado alta taxa de isolamento social por parte da população na época. Devido ao fechamento de economias por todo mundo, iniciou-se uma crise mundial sem precedentes na história recente. Milhões de pessoas perderam os empregos, assim como os governos gastaram mais para evitar um colapso total na economia. Recessões foram registradas por todo o mundo. Cientistas tentaram entender o novo vírus e o uso de máscaras passou a ser uma prática comum em todo mundo, não apenas em países do oriente.
De Maio a Agosto de 2020, o COVID 19 foi a principal pauta entre reuniões de lideranças por todo mundo. Nesse ponto, já era possível classificar os países entre bem-sucedidos ou não no combate à doença. Em Maio o Brasil registra pela primeira vez 1000 óbitos em 24 horas, ao passo que mais um ministro da saúde deixa o cargo ao divergir opiniões com o presidente. Nelson Teich deixa o ministério após um mês. Logo o Brasil ocupa o 2º lugar no ranking em números absolutos de casos, ficando apenas atrás dos EUA.
É nessa época que a opinião pública entra em crise. Tratamentos sem comprovação técnico-científica, como o uso da cloroquina e hidroxicloroquina, passam a ser adotados em todo território nacional. Além dessas duas substâncias, a Ivermectina, passa a ser utilizada no combate ao COVID. Ao mesmo tempo, a doença é combatida com maior eficácia por médicos e cientistas, em função disso muitos países começam a reabrir suas economias, até mesmo aqueles que não tem significativa redução na curvatura de casos e mortes.
Em Agosto, o avanço do vírus estagnou pelo mundo todo. Enquanto laboratórios e empresas divulgaram resultados de testes preliminares promissores e anunciaram testes clínicos para possíveis vacinas. China e Rússia aprovam imunizantes para parte da população.
No período de Setembro a Novembro as medidas de isolamento social foram afrouxadas no mundo todo, por isso novas altas de casos foram registrados, principalmente na Europa. A crise econômica e o cansaço da população dificultam a tomada de novas medidas restritivas. Consequentemente, pessoas jovens se tornam as maiores vítimas e transmissoras do vírus. No Brasil o número de casos e mortes continua estagnado até Novembro, quando voltam a subir novamente. Já no fim de Novembro, empresas como AstraZeneca, Moderna e Pfizer anunciam imunizantes eficientes, e correm para aprovação e distribuição das vacinas. Mas apenas em Dezembro que inicia-se o processo de imunização das pessoas na Europa, um processo que vai se espalhando pelo mundo até os dias atuais.
O que aprendemos com a pandemia
O uso da Cloroquina e Hidroxicloroquina não é eficaz no combate ao coronavírus. Apesar do uso desses medicamentos ser apontado por times de pesquisa chinês e francês inicialmente, ao longo do ano passado, outros estudos contestaram tal eficácia. Segundo o site da BBC, o médico e microbiologista francês, Didier Raoult, responsável pelas pesquisas com os medicamentos na França, chegou a admitir a ineficácia das substâncias contra a doença.
Entretanto, foi apenas em Julho do ano passado que a OMS parou de realizar testes com a Cloroquina e Hidroxicloroquina após constatação que não houve redução na taxa de mortalidade por Covid com o uso dos medicamentos.
O uso da máscara é importante na prevenção de disseminação do vírus
Segundo estudos, o uso da máscara não impede o contágio do Coronavírus, mas ajuda a conter a propagação. O Centro de controle de doenças dos EUA afirma que o uso da máscara cirúrgica em conjunto com a máscara de tecido, se estiverem bem ajustadas , ajudam a conter a contaminação em 90% dos casos. Além disso, especialistas defendem que o uso da máscara tem dois benefícios: proteger quem a está utilizando e resguardar este indivíduo de contágio por uma pessoa próxima infectada. Para todos que precisam sair de casa, a OMS recomenda, desde Julho, o uso das máscaras de tecido, ao passo que, em Dezembro, atualizou a recomendação, pedindo reforço na utilização das máscaras, principalmente nas unidades de saúde.
A covid não mata e afeta apenas idosos
É maior o risco de desenvolver os quadros mais graves do COVID conforme aumenta a idade do paciente. Portanto, adultos e idosos estão sob maior risco. Isto acontece porque quando o ser humano envelhece, em conjunto seu sistema imunológico envelhece também. No entanto, os mais jovens podem estar vulneráveis também ao vírus. Até mesmo aqueles que não possuem comorbidades. Jovens podem desenvolver os quadros mais graves da doença, e até mesmo vir a falecer. Um dos boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde em Fevereiro de 2021 aponta que o maior número de pessoas internadas por Síndrome Respiratórias Aguda Grave (SRAG) tinham entre 60 e 69 anos. Ao passo que, no mesmo período, pacientes abaixo de 40 anos internados representavam quase a metade do total, com 42%. Em paralelo a faixa etária com maior número de óbitos foi de 70 à 79 anos, porém o número de óbitos em pessoas com menos de 40 anos chegava a quase ⅕ do total de óbitos em território nacional.
O Coronavírus não foi criado em laboratório, ele tem origem animal
No início de Fevereiro de 2021 um time de médicos e cientistas da OMS concluiu, após investigação em Wuhan sobre o surgimento do Sars-Cov-2, que o vírus tem origem animal. Segundo o estudo, é provável que o novo Coronavírus tenha surgido de morcegos. No entanto, ainda não concluiu-se qual é o animal intermediário na propagação do Sars-Cov-2.
Contágio por embalagens e alimentos é mínimo
Segundo a OMS não há necessidade de desinfetar embalagens de alimentos. Em agosto do ano passado, foi apontado pela agência, que ainda não houve nenhum caso de contaminação cruzada por meio de embalagens de alimentos. Por outro lado, após o manuseio das embalagens e antes das refeições as mãos devem ser bem lavadas.
No início de Fevereiro a recomendação foi reforçada pelo FDA (Agência de alimentos e medicamentos) Norte-americana por meio de um documento. Nele há a afirmação de que a probabilidade de contágio por embalagens e alimentos é mínima.
Ainda assim, a OMS recomenda o uso de desinfetantes antes de entrar em lojas, do mesmo modo, recomenda, se possível, lavar bem as mãos, ao retornar para casa e ao manusear e armazenar produtos comprados. Além disso, o delivery não é forma de contágio, mas é recomendado lavar bem as mãos após recebê-lo.
A Covid 19 pode ser contraída duas vezes
Uma pesquisa feita pela Agência governamental de saúde pública da Inglaterra constatou que 83% das pessoas que já contraíram a Covid têm imunidade por pelo menos cinco meses. No entanto, casos de reinfecção apesar de raros estão sendo identificados por todo mundo. Dessa forma, o que mais preocupa os especialistas são os casos de reinfecção por variantes novas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BBC, “1 ano de covid no Brasil: o que não sabíamos e aprendemos ``. 25 de Fevereiro de 2021.
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56201178>.
FIOCRUZ, “Por que a doença causada pelo novo vírus recebeu o nome de Covid-19?”. 17 de março de 2020;
MOREIRA, Ardilhes; PINHEIRO, Lara; “OMS declara pandemia de coronavírus”, G1, 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/11/oms-declara-pandemia-de-coronavirus.ghtml>.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Governo Federal;
Disponível em: <https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca>.
CARBINATTO, Bruno; “Há um ano, a Covid-19 era identificada. Veja o que aconteceu desde então – mês a mês”, 31/12/2020.
Disponível em Superinteressante: <https://super.abril.com.br/sociedade/ha-um-ano-a-covid-19-era-identificada-veja-o-que-aconteceu-desde-entao-mes-a-mes/>.
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