Por: Rafael Alves
Mais um início de ano marcado por catástrofes ambientais, e não diferente dos anos anteriores, foi possível observar que existe um perfil bem desenhado de quem mais sofre com esses impactos: pessoas periféricas e marginalizadas. Você sabe o que é Racismo Ambiental?
O conceito nasceu a partir da necessidade de descrever como a população pobre e periférica é atingida de maneira desproporcional quando ocorrem eventos como enchentes, desmatamentos, poluição/contaminação da água e do ar, entre outros. Isso se dá pela falta de poder político e econômico que essa população enfrenta, quando se fala de prevenir ou remediar tais impactos. O termo expõe que a distribuição desses impactos ambientais se dá de forma desigual na população, sendo a parcela marginalizada e historicamente invisibilizada a mais afetada por essa degradação ambiental.
Por estarem localizados em locais inseguros para habitar como encostas de morros e margens de rios, as periferias recebem um impacto significativo do racismo ambiental. Sendo assim, moradores de favelas estão expostos e propensos a sofrerem com deslizamentos de terra e inundações. Sem contar que a falta de serviços básicos como saneamento e água potável, tornam esses impactos negativos ainda mais graves. Além disso, aumenta a possibilidade de adoecimento físico e mental da população periférica.
Outra população afetada diretamente pelo racismo ambiental, são as comunidades quilombolas e indígenas, que muitas das vezes ocupam áreas de valor ecológico e possuem grandes saberes sobre o ecossistema. Entretanto, não são considerados nos processos de tomada de decisão das políticas que afetam diretamente seus territórios.
E como combater o Racismo Ambiental?
A luta contra o racismo ambiental se dá pela defesa dos direitos humanos e ambientais, além disso, é imprescindível que os conhecimentos e as experiências das pessoas que sofrem diretamente com essa questão, sejam valorizados. Dentre as medidas que podem ser adotadas estão: criação de políticas públicas; educação ambiental; garantia da participação da comunidade afetada; entre outras.
Vale ressaltar que recentemente (agosto de 2023), a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, anunciou a implementação do Comitê de Monitoramento da Amazônia Negra e Enfrentamento ao Racismo Ambiental, criado em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e tem como um dos seus objetivos “propor medidas de enfrentamento ao Racismo Ambiental na Amazônia Legal, para reduzir o racismo ambiental na região.”
Referências:
O que é racismo ambiental e de que forma ele impacta populações mais vulneráveis. Disponível em: <https://www.gov.br/secom/pt-br/fatos/brasil-contra-fake/noticias/2023/3/o-que-e-racismo-ambiental-e-de-que-forma-impacta-populacoes-mais-vulneraveis> Acesso em: 31 jan. 24.
Anielle Franco anuncia criação de Comitê de Monitoramento da Amazônia Negra e Enfrentamento ao Racismo Ambiental. Disponível em: <https://www.gov.br/igualdaderacial/pt-br/assuntos/copy2_of_noticias/anielle-franco-anuncia-criacao-de-comite-de-monitoramento-da-amazonia-negra-e-enfrentamento-ao-racismo-ambiental> Acesso em: 31 jan. 24.
O que é racismo ambiental e como afeta as comunidades marginalizadas. Disponível em: <https://www.fundobrasil.org.br/blog/o-que-e-racismo-ambiental-e-como-afeta-as-comunidades-marginalizadas/> Acesso em: 31 jan. 24.
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